Geraldo Tartaruga é artista plástico, artesão, e contador de estórias e histórias, além de congueiro desde os tempos de criança, integra atualmente a Nova Congada Alto do Cruzeiro.
Luizense, nascido no dia 15 de Novembro de 1949, ainda vive e produz sua arte na mesma casa em que seu pai, sr. Lindolfo Silveira, que viveu até os 99 anos, juntava a família e os amigos à noite na beira do fogão à lenha para comer batata doce, tomar café e contar e ouvir histórias, muitas vezes, até amanhecer o dia. Alí mesmo no começo da Rua do Cruzeiro, ao lado da Casa de Oswaldo Cruz, quando ainda não haviam ruas, e pouquíssimas casas, as pessoas subiam pelos “tri‘inhos” e a mata ainda era, segundo o artista, outra e mais selvagem.
Nessa época, antes da chegada da televisão em São Luiz do Paraitinga, a diversão e entretenimento preferido e constante era justamente contar e ouvir estórias. Assim s. Geraldo Tartaruga foi aprendendo muitas lendas e estórias, primeiro em casa, e depois buscando pela cidade afora com as diversas pessoas que conheciam muitas delas, por pura curiosidade e paixão.
Quando a TV chegou à cidade, as estórias foram sendo esquecidas pela maioria das pessoas.Geraldo contou uma história interessante desse período. Quando a primeira pessoa teve um televisor no bairro, durante “mais de ano” subiu a ladeira da Rua do Cruzeiro carregando o aparelho até o Alto da Cruz para quem quisesse assistir lá, ao ar livre. À medida que ia subindo o morro pelo “tri’inho”, o pessoal já ia acompanhando e subindo junto para apreciar a novidade, e s. Geraldo junto. Aos poucos, alguns também foram adquirindo seus próprios aparelhos televisores e então parou de exibir na rua. Mas mesmo assim, quem não tinha, ia todas as noites na casa dele pra assistir. Às 22:00 horas desligava o aparelho e mandava todo mundo embora, porque “já era hora de assombração”...
S. Geraldo começou a produzir artesanato aos 15 anos. Trazia argila da olaria em que trabalhava para modelar as “figurinhas”. Inspirado pela lembrança do seu irmão João Tartaruga, que também foi artesão, falecido cerca de dez anos antes. Além do dom pela arte s. Geraldo herdou tambem o apelido “Tartaruga” do irmão que era famoso pelas Tartarugas feitas em barro que durante muito tempo produziu expondo no tradicional Mercado Municipal da cidade. Lembrando do trabalho do irmão mais velho, resolveu colocar as “figurinhas” dentro da cabaça, cortada ao meio, formando um cenário.
Daí veio a idéia de, modelando personagens e cenário de argila dentro da cabaça, recriar passagens de estórias tal como uma ilustração colorida.
Com cada peça se referindo à uma estória ou lenda, S. Geraldo foi contando as estórias relacionadas e assim percebeu que as pessoas se interessavam e admiravam muito mais pelo artesanato, fascinadas pelas estórias. E assim foi ficando conhecido como, além de artesão, contador e conhecedor de estórias, causos e lendas.
A cerca de 20 atrás foi convidado para se apresentar contando estórias em um grande festival que aconteceu no Rio do Janeiro, reunindo contadores de estórias de todo o país, e a partir daí não parou mais de ser convidado a contar suas estórias e expor seu artesanato pelo Vale do Paraíba e Brasil afora, participando sempre dos eventos Revelando São Paulo pelo interior e na Capital.
Texto e fotos: Daniel Tucci
(publicado no Jornal O Galo de São Luiz do Paraitinga n. 8, dezembro de 2012 - Ponto de Cultura Parahy)
As fotos do artesanato produzido pelo Seu Geraldo tartaruga foram realizadas no atelier do artista, na sua casa, que fica no começa da Rua do Cruzeiro, ao lado da Casa de Oswaldo Cruz, São Luiz do Paraitinga. Alí mesmo você pode ouvir do próprio Seu Geraldo uma estória, ou várias, e ainda levar de lembrança as características figurinhas modeladas na cumbuca, além de diversas outras obras.
Boa tarde!
ResponderExcluirComo posso entrar em contato com o senhor Geraldo para adquirir uma de suas peças?
Grata,
Priscila
Boa tarde, Priscila!
ExcluirPor gentileza, entre em contato com a família do Sr. Geraldo através do email: eld300311@gmail.com. Grata!